Os testes e o tempo e outras coisas que (des)educam em educação…

17-02-2015 14:32

Como rever para o teste e como ajudar os alunos com dificuldades (para o teste e não só)? Como ter boas notas no teste já que isso é o que interessa a todos (pelos vistos)?

Afinal o teste é o que menos devia interessar, o importante é a forma como os alunos aprendem e ajudá-los a descobrir as “falhas” e como superá-las!... (sem nunca desistir…) O que leva tempo e nem sempre é tão linear a tempo do teste e de provar que “progrediram” a tempo do teste e com o tempo que temos para “dar” e “aprender” o programa e as metas que temos…

 

“…É habitual fornecermos aos alunos “testes treino” antes do teste para determinarmos as áreas onde os alunos têm mais dificuldades, mas sentarmo-nos com os alunos e verificarmos os itens que errou no teste não é “apoio” nem reforço. Explicar ao aluno porque errou a questão não irá ajudá-lo a ganhar uma compreensão adicional da competência em “falta”. Se um aluno falhou uma questão sobre frações, temos de descobrir aquilo que ele sabe ou não sabe sobre frações… Qual é a melhor maneira de fazer isso? Falando com ele sobre o assunto. Dar ao aluno um problema semelhante e fazê-lo falar durante o processo em que o resolve. Ficaremos imediatamente a saber quando se desvia do caminho da compreensão e poderemos intervir corrigindo-o e guiando-o em direção aos passos mais corretos, encaminhando-o para uma outra forma de pensar. Devemos estar preparados e ter à mão uma série de problemas/questões do mesmo género que o aluno trabalhará em primeiro lugar com o nosso apoio (através de questões que lhe colocamos e não dizendo-lhe) e gradualmente, conseguirá fazê-los depois, sozinho…” Donna Boucher in Math Coach’s Corner

 

Esta é uma das principais razões porque defendemos a necessidade “imprescindível” de um apoio individualizado aos alunos e quando falamos em apoio individualizado, é mesmo um apoio só para um aluno de cada vez e de forma a que ele possa sentir que é único e que lhe dão atenção e que aquele tempo é mesmo só dele. Cremos que 20 minutos de apoio individualizado deste género com um aluno são muito mais compensadores do que 60 minutos de apoio com vários alunos e simultaneamente. (Também sabemos que o fator tempo está mais uma vez “contra nós”, o que não quer dizer que não o recuperemos pois será mais proveitoso desta forma). Falamos baseando-nos na nossa própria experiência e também em alguns artigos/livros que lemos sobre educação, mesmo sabendo que em educação tudo é subjetivo e passível de ser interpretado das mais diversas formas. Em educação existem seres e coisas diferentes, raramente existem certos ou errados e isso é o que torna tão fácil e tão difícil educar e aprender e ensinar…(O que sugerimos é simplesmente que a redistribuição dos horários de “apoio” aos alunos seja “revista” de acordo com esta “sugestão” e na medida do possível, tentar fazer o impossível dentro do possível…)

No entanto, se trabalharmos desta forma, usando materiais concretizáveis e partindo sempre do concreto para o representacional e finalmente para o abstrato estaremos no caminho certo para ajudar muitos alunos que precisam de mais tempo e de tempo para serem ouvidos e ajudados a querer aprender e a querer saber ( o problema é o tempo!). Mesmo sabendo que não existem receitas e fórmulas de sucesso em educação, acreditamos que cada aluno precisa de tempo para ser aluno e para ser ele próprio e isso basta para que muitas vezes se dê uma transformação na maneira de pensar de certos alunos e encaminhá-los no sentido de “querer aprender”, saber porque é importante aprender e para quê… Encontrar ou ir de encontro aos seus interesses… fazê-los querer… (se isso for de todo possível!...) o que por vezes só conseguimos ao “encontrão”!...

“…Ficaremos imediatamente a saber quando se desvia do caminho da compreensão e poderemos intervir corrigindo-o e guiando-o em direção aos passos mais corretos, encaminhando-o para uma outra forma de pensar…”

Salientamos a importância de um trabalho apurado ao nível dos “preconceitos” ou ideias pré-concebidas em educação (na sua maioria equívocos). Estas são essenciais e nunca devem ser menosprezadas, acima de tudo devem ser identificadas e “trabalhadas” de forma a encaminhar cada aluno na direção mais adequada do pensar e repensar sobre aquilo que pensa que é, e afinal não é bem assim. Mais uma vez isto leva o seu tempo e sabemos que é o que a todos falta. “Como cumprir metas, no prazo certo e a tempo e horas quando todos vêem que tempo é o que nos falta? (O que não quer dizer que os problemas em educação sejam apenas uma questão de tempo ou até talvez sejam?...)

 

Então vamos ao que interessa a todos: COMO TER BOAS NOTAS NOS TESTES E COMO PASSAR DE ANO SEM “NEGAS”?...

NÃO, AINDA NÃO É ISTO?!...

 

COMO AJUDAR OS ALUNOS A RECONHECER QUE SÃO CAPAZES E QUE VÃO CONSEGUIR (PASSAR NO TESTE…) APESAR DAS SUAS DIFICULDADES (COMO ULTRAPASSÁ-LAS OU SIMPLESMENTE CONTORNÁ-LAS – dependendo do tempo que nos resta para tal…)?...

TALVEZ SEJA ISTO!... Talvez?!...

 

OU…COMO CONVENCER OS ALUNOS QUE APRENDER NÃO É SÓ PARA O TESTE, É PELA VIDA FORA E QUE NUNCA PODERÃO DEIXAR DE O FAZER! QUE APRENDER NÃO É UMA “SECA” EMBORA AS AULAS POSSAM SÊ-LO E QUE TERÃO DE SE HABITUAR A QUERÊ-LO PORQUE VIVER É O MAIOR TESTE QUE TERÃO DE APRENDER E ISSO NÃO VEM NO TESTE?

 

Como convencer cada aluno que possui “pontos fortes” e “pontos fracos” e que isso é natural em todos os seres humanos? Como aplicar isto às questões matemáticas e a outras no ensino/educação/ aprendizagem em geral (apesar destas serem coisas distintas e que no fundo pouco têm a ver umas com as outras)? Como usar os “pontos fortes” para superar os “fracos”?... (Como por em destaque os “pontos fortes” da “matemática” de cada aluno sem o convencer de que “não é bom a matemática”, mas precisa simplesmente precisa de trabalhar algumas áreas? Afinal o que é ser bom a matemática? (deve ser responder certo a todas as perguntas do teste?)? E se o teste não tiver respostas certas ou erradas, mas respostas diferentes?... E se a “correção do teste” feita por cada aluno valesse mais que a cotação?... ( bem também não é isto que as metas querem?! Vamos tentar parar e ir ao que interessa!) O que é ser um bom matemático?... – assim está melhor, talvez!...

 

Esta não é uma tarefa fácil! E não duvidamos que os alunos precisam de aprender a reconhecer os seus “pontos fortes” e os seus “pontos fracos” tanto como matemáticos como seres humanos. Eles sabem-no e muitas vezes nem o reconhecem porque: quem é quer admitir que é “fraco” a isto ou àquilo? Mais uma vez como fazemos isto? Donna Boucher no seu blogue Math Corner’s Coach apresenta-nos algumas dicas úteis para esta questão dos testes…

Mais uma vez teremos de conversar, já que é a conversar que nos entendemos…

 

Por exemplo, este é um exemplo de conversa que Donna teve com um aluno que apoiava na subtração com empréstimo:

“ Eu reparei que um dos teus “pontos fortes” na matemática é que sabes muito bem os factos da tabuada de subtrair! Sabias que 15 menos 8 eram 7 e não tiveste de te esforçar muito para o saberes. É um “ponto forte” muito bom! E reparei também que tinhas algumas dificuldades quando o problema apresentava zeros Também deste por isso ?(Acena com a cabeça). Quando pensaste melhor sobre isso, conseguiste relembrar o que tinhas de fazer, mas foi mais difícil para ti do que o outro problema de subtrair, não foi? Se essa é uma fraqueza que tens como matemático, o que pensas que deves fazer quando te aparece um problema destes? Ir mais devagar. Concerteza! É uma grande ideia. Ter a consciência de que o problema é um problema para ti e que precisas de abrandar e ir mais devagar vai ajudar-te a conseguir resolvê-lo melhor. E se o verificasses com a adição? Seria uma boa ideia também? Sim eu penso que seria bom, também. Ótimo! Obrigado pelo esforço que fizeste hoje!”

 

E aqui vai mais um exemplo de uma conversa também de Donna mas, agora com um aluno que trabalhava a multiplicação com dois dígitos:

 

Trabalhaste os problemas de multiplicar comigo e acho que conseguiste! Sabes exatamente o que fazer, como reagrupar – TUDO! Mas erraste três dos cinco problemas. (parecendo chocada). Sim, estes três (apontando para eles) estão errados. Vamos lá olhar com atenção para o primeiro. Faz lá como fizeste: 8 vezes seis é igual a (longa pausa para pensar)… Oh! É 48, não 52. Claro! 8 x 6 = 48. Sabes bem a tabuada? Não muito bem. Era o que estava a pensar! Parece que erraste os outros dois problemas por causa das tabuadas também. Em primeiro lugar eu sugiro que pratiques as tabuadas, porque se souberes as tabuadas tudo em matemática se torna mais fácil. Mas, vamos falar de algumas estratégias que podes usar no teste. Se não tiveres a certeza de uma tabuada, deves pôr-te a adivinhar? Não. Claro! Vou mostrar-te algumas estratégias que podes usar quando não tiveres bem a certeza de um facto da tabuada… Seria uma pena se errasses um problema de multiplicar por causa da tabuada, quando consegues fazer o trabalho matemático mais difícil todo? Claro (sorriso maroto)! És espetacular! Obrigado pelo teu trabalho comigo hoje!...”

 

“…“ As suas atitudes contam! Mete isto nas vossas cabeças!”

Pensar em nós como um espelho, porque a nossa atitude reflete-se diretamente nos nossos alunos. Manter conversas positivas e para “cima”. Sorrir! Dar a entender aos alunos que pensamos que estes testes são emocionantes porque são a oportunidade de poderem brilhar. Gosto de os comparar a uma super taça – claro que os jogadores sentirão borboletas nos seus estômagos quando pisarem o campo, mas a sua emoção mais forte será a emoção, não o medo. Relembrando-lhes que todos têm “pontos fortes” como matemáticos e “pontos fracos” e que aprenderam estratégias para os conseguirem ultrapassar…” Donna Boucher in Math Coach’s Corner

 

Estratégias para “quando não me lembro da tabuada”!...

 

                                                  Jogo do galo                 Tabela em T

 

 

E muitas mais! Continua a ler ou verifica o teu caderno! E diverte-te a ser um matemático a sério!